Sou mulher; mãe e filha, já alcancei a maturidade e passei por várias fases nessa vida, assim como todas as mulheres de minha idade.
Há cerca de quatro anos atrás, minha mãe ficou gravemente doente, isto mexeu muito comigo, o sofrimento dela, do meu pai, enfim de nós todos da família. Logo eu comecei a sentir alguns sintomas que foram definidos como depressão. Tratava-se de cansaço, tristeza, sensação de dor no corpo todo, de frio e de calor ao mesmo tempo, não conseguia dormir direito, muito irritada e sem paciência para fazer coisa alguma. Estava sempre com gripe ou com a garganta inflamada, ou dor de cabeça. A médica, com quem me tratava, pediu que fosse me consultar com uma neurologista, saí do consultório com receita de antidepressivo e calmantes. Depois de um ano, no qual aconteceram algumas mudanças no meu trabalho, eu me sentia bem pior. Não conseguia dormir, a tristeza era contínua e só tinha vontade de chorar, não conseguia trabalhar direito. Em nova consulta a médica me encaminhou para um psiquiatra, pois em nesse período a situação havia se agravado, mesmo estando em tratamento.
Iniciei a consulta psiquiátrica e voltei para casa com uma receita ainda maior. Comecei o tratamento. No início passava mal, os remédios eram muito fortes, a impressão que eu tinha era que vivia dopada, pois tomava um remédio para dormir e um para acordar. Minha mãe continuava de cama, não apresentava melhoras e não tínhamos nenhuma esperança de que isto ocorresse.
Uma das exigências do psiquiatra era que fizesse, em paralelo, um tratamento psicológico. Então foi ao que me submeti. Meus gastos financeiros aumentaram consideravelmente, pois além dos medicamentos controlados, ainda tinha que pagar psicólogo.
No contexto, o que mais gostava era de tomar o remédio antes de dormir, pois eu sabia que, literalmente, "apagava" e esta fuga me agradava. Nem sequer sonhava.
Mas não queria ficar tomando remédios o resto da vida, sabia que já estava dependente, mas sabia também que era preciso melhorar, queria ficar livre de remédios, queria ficar livre da tristeza que me perseguia, da sensação de perda e de dor que não tinha fim.
Fazia terapia, na verdade fiz durante muitos anos, mas o procedimento que havia escolhido agora era um pouco diferente, se tratava de uma técnica chamada Renascimento. Nessa técnica, revive-se toda a vida transcorrida até aquele momento, e ela me permitia imaginar-me livre de todo e qualquer medicamento. Mas com o avançar da terapia, não estava tendo o retorno que imaginava, pois continuava com os remédios, o psicólogo não via motivos para diminuirmos. Até que parei com a terapia, não conseguia mais pagar.
Então, há cerca de um ano atrás, aconteceu um fato que modificou a minha vida, tomei conhecimento deste site de ajuda e da Fraternidade Rosacruz. Escrevi para o Serviço de Cura da Fraternidade, relatei meu problema e os medicamentos que estava tomando, enquanto isto, fazia o Ritual do Serviço de Cura em minha casa. Assim, através do meu mapa astral consegui compreender e resolver o problema que me atingia diretamente: a história com a minha mãe. Em outra existência, havíamos formado um vínculo de ódio, dor e mágoa que me perseguia dia e noite, eu não tinha conhecimento consciente, mas sentia o que havia sentido e o que havia feito ela sentir. Com muito custo, com muitas conversas com meu irmão de ideal, que havia feito o mapa para mim, com muitas tentativas de conversas com minha mãe, consegui finalmente o perdão por parte dela. Isto me libertou e depois deste passo tão importante, começaram acontecer as sucessivas mudanças: eu melhorei, reduzi medicamentos, pois passei a me sentir curada. A dose que ainda tomo é mínima, praticamente não tem nenhum efeito sobre o sistema nervoso, mas somente para não ter o famoso efeito "rebote".
Faz apenas um ano que tomei conhecimento dessa outra realidade, mas a impressão que tenho é que sempre fez parte da minha vida, apenas era como se fosse um armário que estava trancado e consegui abrir. Neste armário encontrei fatos tristes, encontrei recordações desconfortáveis, mas também encontrei vitórias, flores perfumadas e muitas folhas de papel em branco, podendo, agora, escrever uma nova história com a ajuda de Deus e de meus amigos invisíveis.
Hoje, tenho absoluta certeza da verdade de uma frase de Cristo - "Busca e Receberás, Procura e Acharás, Bata e a porta se Abrirá". E foi exatamente isto que aconteceu comigo, busquei, recebi; procurei, achei; bati e a porta se abriu.
Agora, gostaria que outras pessoas também vissem e reconhecessem sua própria porta, que fosse até ela, que buscassem respostas, batessem nessa porta, que tivessem a paciência e a persistência necessárias para encontrar as verdades escondidas por si mesmas, por trás dela, que fossem corajosas o suficiente para encarar todos os seus medos, seus erros, suas vergonhas e admitissem que é preciso mudar, que é preciso se renovar para assim continuar uma existência iniciada com um objetivo principal, gostaria que as pessoas fossem mais capazes de se aceitarem, de se modificarem e que, principalmente, fossem capazes de Amar seus semelhantes.