Relacionamentos


           Podemos classificar os signos zodiacais pelos quatro elementos; água, ar, terra e fogo; sendo que há outra subdivisão pelo tipo de comportamento, sendo: Cardeal, Fixo e Mutável. Cardeal é aquele que inicia uma ação, Fixo é o que estabiliza o que for realizado e Mutável o que altera o que foi estabilizado.

 

          Temos, então: Áries - Cardeal fogo; Touro - Fixo terra; Gêmeos - Mutável ar; Câncer - Cardeal água; Leão - Fixo fogo; Virgem - Mutável terra; Libra - Cardeal ar; Escorpião - Fixo água; Sagitário - Mutável fogo; Capricórnio - Cardeal terra; Aquário - Fixo ar; e Peixes - Mutável água.

 

          Há em cada ser nascido neste planeta uma gradação destes elementos, o que cada um poderá perceber no seu comportamento frente aos acontecimentos ou no relacionamento com os outros seres. Mas a intenção não é aqui entrarmos na análise de cada característica, e sim passar ao leitor uma visão e uma aplicação prática deste pequeno conhecimento no seu dia-a-dia, principalmente no seu relacionamento com as outras pessoas, e fundamentalmente com aquela a que busca ter uma união mais próxima, bem como com os que convive diariamente.

 

          Se você parar para meditar usando o seu elemento como substitutivo de si próprio, terá uma capacidade melhorada de auto-análise. Por exemplo, sendo água imaginar-se como ela, fluida, calma ou agitada, veloz ou lenta, capaz de auxiliar à geração de vidas não por sua ação, mas pela sua presença, portadora de nutrientes mas também destruidora. Destruidora quando aumenta sua velocidade, quando não respeita limites ou quando se precipita após ter estado em condição elevada de vapor. Medite sobre suas necessidades: precisas de ar senão estagna-se, parada traduz a paz, mas no seu seio tem que haver vida ativa, os limites impostos pela terra é benéfico quando estás em contato com ela, o calor do fogo solar faz com que ascenda no convívio com o pensamento elevado, faz parte do próprio ar deslizando juntamente com o movimento dele, em forma de nuvem, é o verdadeiro sentimento de liberdade, quando colocado nesta posição elevada, enquanto a busca da liberdade na forma mais densa leva à velocidade destruidora, às vezes bela mas sempre causando danos na sua passagem. Veja agora a sua relação com os outros elementos, a terra poderá se beneficiar de sua presença se estares com ela sem agitação, dosada, umedecendo-a e tornando-a produtiva. Com o fogo recebes o benefício do aquecimento dando-lhe a oportunidade de elevação, do encontro de forma mais superior do pensamento, mas deves estar limitado senão o destruirás. Com o ar você se mantém vivo, saudável, desde que ele de compenetre naturalmente, mas se de forma agitada fará com que revolvas as impurezas que decantastes e fiques turvos com os fatos passados, com aquilo que deverias abandonar ao longo do caminho, mantendo só o resultado do aprendizado. E com o seu igual unir-se sem choques, no auxílio, na criação de algo maior, e não do encontro veloz, prejudicando os outros que estão próximos.

            Ar, forma mais elevada do pensamento, etéreo, olhando a todos de cima, mas também compenetrando o íntimo de todos, necessário para a existência de tudo, não executor de alguma atividade, mas inspirador de vida, sem limites para idealizar mas sem capacidade de executar, és necessário a todos mas não lhe percebem a presença a não ser quando se movimentas, não por ação própria mas pela situação local, pela diferença de pressão, de sua concentração ou sua rarefação. Na terra, areando-a, beneficia-a, permites a sua capacidade de produção mais eficiente, mas, no entanto, se veloz causa-lhe erosão, arrancas seu produto, matas-lhe a sua razão de ser. Com o fogo tendes a fazê-lo brilhar, a dar-lhe mais vida, sua presença é sua existência, mas se veloz apaga-o, extermina a sua existência da forma mais radical. Na água vivifica-a, mas se unes a ela, de forma descontrolada, agita-a fazendo-a carregada, suja, pesada. Com o seu igual, coexistência sem mudanças, se agitada forma o ciclone que destrói o que está no caminho.

 

           Terra, parada, aborrecida, prática, densa, sua liberdade é produzir, é a transformação da podridão em vida, recebe os rejeitos e entregas o alimento, não possuís a capacidade de movimento dos demais, não brilhas, mas és a base de tudo, e necessitas dos outros para sua ação, da água, do ar e do fogo tens como utilizá-los na execução mais nobre de todas, a geração de novas vidas, és a mãe, a geradora, a que faz. Não lhe peçam para se movimentar, pois o faz somente na necessidade de nova acomodação, e quando isto acontece mexes com todos, causas terror. O ar te compenetra e a ausência dele te endurece, torna-te improdutiva, mas não o prejudicas, se ele ficar carregado de sua poeira foi por sua própria velocidade, no entanto seus produtos purificam-no. A água te umedece e faz com que produzas, mas se em excesso destrói sua firmeza torna-te improdutiva, mas só a sujas se ela se tornar veloz, tendes, no entanto, a purificá-la, filtrando-a, e dando-lhe um caminho para seguir. O fogo solar te aquece, se em excesso, artificial ou descontrolado te resseca. Não faz mal a ninguém, só queres produzir, mas frente aos outros é incompreendida, eles são ágeis, tem como prazer a liberdade, mas você visa o trabalho, o estar, a inércia dinâmica.

          E o Fogo, ficaste por último, de propósito, sei que ao fazer isto mexi com seu orgulho, sua vontade de brilhar, ou melhor o seu prazer de brilhar. Consideras ser o mais forte entre os elementos devido ao seu poder destrutivo, mas, no entanto, é o mais frágil, aquele que pode ser exterminado. Sua ação pode ser a mais benéfica para todos desde que sejas dosado, ao se autolimitar. Seu calor deve ser ofertado com generosidade, fazer a terra produzir, a água elevar-se, o ar também subir e movimentar. O calor do fogo solar tão necessário à produção da terra, mas se em excesso ressecando-a, se ateado sobre ela destruirá sua razão de vida, a sua produção, mas chegará o momento em que se extinguirá por não ter mais o que destruir. O ar aquece e se movimenta, mas é necessário para sua vida, se ele for lançado contra ti violentamente te apaga e se ele faltar você se extingue. A água, seu grande inimigo, a presença dele é a sua extinção, mas se ele estiver contido, limitado, você o aquece e o transforma em sua forma mais elevada, no entanto se ele precipitar-se tende a ser a mais eficiente arma de sua inexistência.

 

         Vejam, então, que a compreensão do seu papel na existência, pode ser bem avaliada na análise dos elementos. O maior erro cometido é o tentar transformar aquele a quem nos dedicamos, ele tem o seu papel, e cada um de nós necessitamos do outro. É o equilíbrio que torna o relacionamento perfeito, às vezes devido a uma autolimitação, o de se impor uma vida mais responsável e equilibrada, o reconhecer na realização do bem a verdadeira liberdade. Ao meditar sobre o aqui exposto, com certeza enxergarás o ridículo de certos padrões transmitidos pela nossa atual sociedade e espero que consigas enxergar o outro como ele é e não como desejavas que ele fosse.