Almas Gêmeas - Almas Irmãs

    Este assunto é delicado porque está sendo divulgado de tal forma que fica difícil termos o bom senso para discernirmos o que é realidade e o que é fantasia, além de estar envolvida em um falso romantismo. Por outro lado a mídia se encarregou de divulgar tudo isto como se fosse uma nova descoberta e vê alguma possibilidade de lucrar de algum modo com a necessidade que todos nós temos de compartilhar nossa vida, nossas experiências e até mesmo nossa rotina.

  Todos nós somos almas gêmeas, pois viemos da mesma essência divina e somos fruto dessa energia criadora. Então, percebemos que somos muito mais do que algo romântico: somos todos irmãos espirituais numa mesma caminhada evolutiva.

  Quando despertarmos para a realidade que nos rodeia e termos serenidade em nosso coração poderemos perceber que estamos todos unidos no mesmo amor divino.

  Nós encontramos pessoas ao longo de nossas várias existências neste mundo físico e muitas vezes vivemos fortes experiências num mesmo grupo e a partir deste momento desenvolvem-se afinidades espirituais ou mesmo objetivos evolutivos em comum.

  Então é muito provável que numa existência posterior, quando reencontrarmos um destes espíritos, aconteça uma afinidade que poderá ocasionar uma intensa atração, principalmente se ambos estiverem em corpos com sexos opostos. Mas, essa afinidade pode também se revelar na questão do relacionamento entre parentes como pais e filhos, entre alguns irmãos ou primos e até mesmo entre amigos mais próximos. Também poderá ocorrer o encontro de dois espíritos que estão em corpos do mesmo sexo e então acontecer uma atração homossexual. Podemos dizer que há casais homossexuais vivendo com mais harmonia do que muitos casais heterossexuais, pois não há promiscuidade, mas sim uma relação pautada no afeto, companheirismo e no respeito.

  Segundo ouvimos falar, constantemente, sobre as almas-gêmeas, existe alguém em algum lugar "prontinho" para nós. Este alguém já sabe o que gostamos, o que queremos, quer o mesmo que nós, pensa da mesma forma, enfim, é a nossa metade, a parte que falta para nos completar. Mas vamos pensar melhor - será que isto existe mesmo ou é fantasia? Será que não estamos buscando fora de nós o que está guardado em algum lugar em nós mesmos?

  Porque buscar no outro o que podemos encontrar em nós? Precisamos primeiramente nos encontrarmos, saber realmente do que gostamos, o que queremos para nós, o que será melhor, e só mais adiante, pensar em levar isto para um relacionamento.

  Não é possível começar um relacionamento imaginando que o outro é perfeito e que nos entenderá somente pelo olhar, não é assim que acontece, é preciso que um conheça o outro e o companheirismo seja então construído aos poucos, um passo de cada vez, espontaneamente. Primeiro é preciso que nos respeitemos, que nos aceitemos e depois respeitar o outro, compreendê-lo, nunca pensar em transformá-lo, mas saber das infinitas características e sentimentos que cada um de nós apresentamos.

  Também é importante ressaltar a troca freqüente de parceiros que vem acontecendo atualmente. Há uma busca muito grande pela satisfação dos sentidos. Ninguém quer perder tempo com nada, sempre estamos com pressa e com urgências em nossa vida. O mesmo se dá nos relacionamentos. Tenta-se com um, não dá certo, separa-se, tenta com outro, depois não dá certo novamente, vai-se em busca de outro e ninguém nos completa, ninguém supre nossa carência, ninguém se torna o companheiro que imaginamos ou que almejávamos. Mas será que é assim que deve ser? Será que não estamos buscando fora de nós mesmos o que deveríamos encontrar dentro de nós? Talvez seja preciso olhar para dentro de nós mesmos, identificar nossas dificuldades, nossa necessidade de sermos aceitos, nossas atitudes erradas, nossos hábitos incorretos, para depois pensar em mudar o parceiro ou buscar outra pessoa (retirar) estarmos disponíveis para um relacionamento profícuo. Quando a troca de parceiros começa a se tornar freqüente, portanto a promiscuidade se instalou, já passou da  hora de pararmos e olhar para dentro de nós mesmos. Fazer uma introspecção, analisar os sentimentos, as atitudes, os atos, as palavras ditas, os sentimentos que expressamos.

  Se ficarmos esperando que o outro nos ame, nos valorize e nos diga quem somos nós, as chances dessa relação não dar certo são imensas; se nós não nos valorizamos, se nós não nos estimamos, se nós não nos amamos, não nos conhecemos e não nos respeitamos, como é que podemos querer que alguém o faça?

  Resumindo: primeiro é preciso que eu me conheça, me ame e me respeite para que depois alguém possa fazer o mesmo por mim. Isso é a auto-estima e precisamos dela para sermos verdadeiramente nós mesmos. Só assim poderemos atrair para perto de nós alguém com o mesmo padrão de pensamentos e, naturalmente, sentimentos, que vivemos como espíritos que somos e só então este par de espíritos poderá vir à ter a satisfação de construir uma união na qual possam se tornar almas gêmeas, almas companheiras, almas irmãs, vivendo na prática o Amor .

   Chegará o tempo em que saberemos que somos almas gêmeas de tudo o que existe, visível e invisível. Estaremos todos em sintonia e juntos poderemos progredir saltando para uma nova onda de evolução.